Ele não usa gás, nem lenha, nem energia elétrica: o calor
que cozinha o alimento vem diretamente do sol, cujos raios multiplicam-se ao
encontrar as superfícies espelhadas do forno.
Claro que, apesar de atingir temperaturas surpreendentes,
possibilitando assar um bolo em uma hora e meia, o forno solar é totalmente
dependente da condição climática e, portanto, não dá para achar que um dia
todas as pessoas terão um casa.
Mas, em regiões pobres, principalmente na África, onde o sol
é constante e a lenha responde por quase 100% da energia consumida, os fornos
solares podem provocar uma verdadeira revolução.
E o melhor é que cada pessoa pode construir o próprio forno
solar, gastando quase nada. O modelo mais simples, tipo painel, é feito com um
pedaço de papelão, revestido com algum papel laminado.
Em 1990, a associação internacional Solar Cookers distribuiu
fornos desse tipo a 28 mil famílias no Quênia e, oito anos depois, constatou
que cerca de 20% delas ainda usavam os painéis como equipamento principal da
"cozinha". Quase 6 mil famílias, que estariam queimando lenha,
adotaram a cozinha sustentável.
É um tipo de forno descrito por Nicholas de
Saussure por volta de 1770 e criado por Horace de Saussure em 1767.É
constituído de uma caixa com fundo preto e tampa de vidro, com abas refletoras.
O fundo preto absorve a luz solar e converte-a em radiação infravermelha, que
não passa pela tampa de vidro, criando o efeito estufa. Desta forma, possui a
capacidade de atingir 150ºC, cozinhando qualquer alimento sem dificuldade.
O cozimento dos alimentos leva, dependendo de suas
características, de 2 a 6 horas neste equipamento. Apesar da utilização de
energia solar desde longa data, somente na década de 1990 é que
intensificaram-se os estudos e desenvolvimento de tecnologias para cozinhas
solares.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a
utilização do fogão solar por 30% da população brasileira reduziria anualmente
a extração de lenha para cozimento de alimentos em 5.370.000 m³, uma quantidade
significativa.1 Um modelo simples construído com papelão, vidro e
papel-alumínio é o bastante para atingir até 300ºC, dependendo da eficiência e
vedação do equipamento.
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